O Museu
Carlos Benigno Pereira de Lyra Neto: “um homem de vanguarda, um pioneiro.”
Origens
Carlos Benigno Pereira de Lyra Neto nasceu em Recife em 20 de junho de 1925, filho de Salvador Pereira de Lyra e de Maria da Conceição Diniz Pereira de Lyra.
Estudou engenharia química em Indiana, nos Estados Unidos (1947-1951), e em 1951 volta ao Brasil e assume a empresa Algodoeira Lagense, com sede no município de São José da Lage, Alagoas, e que atuava nos processos de compra, processamento e comercialização de algodão, milho, mamona e café.
Em 1965, Carlos Benigno assumiu o controle acionário da usina Caeté e, posteriormente, em 1976, fundou a Agropecuária Varrela.
"Considero o Dr. Carlos Lyra Neto, que apesar de ser pernambucano, é um dos maiores empreendedores do Estado e do Brasil. Ele marcou o empreendimento em Alagoas, com a Usina Caeté e a transformou num dos maiores negócios do Brasil, e quando não havia mais para onde expandir no estado ele ampliou para Minas Gerais, mas manteve residência em Alagoas, demonstrando todo seu apreço pelo Estado. É sem dúvidas um dos maiores empresários que Alagoas já teve" (Pedro Robério, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas).
E, sem dúvidas, a certificação da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente como Empresa Amiga da Criança em todas as suas unidades demonstram o compromisso do Grupo Carlos Lyra com princípios tais como a educação, a saúde e a erradicação do trabalho infantil.
“Conheci o Carlos Lyra em 1959, e desde então acompanhei a vida empresarial dele. Começou como comerciante de algodão. O que quero destacar é sua capacidade de gerar emprego. E ele criou mais de 15 mil empregos, garantindo a subsistência de 15 mil famílias, ou seja, cerca de 60 mil pessoas, gerando emprego e renda. Ele sabia o que era realmente importante. Sabia escolher auxiliares, e um olhar muito apurado para as finanças" (relato do amigo de Lyra, o industrial José Carlos Maranhão).
Venha se deslumbrar com o legado
Levando História
Trajetória política
Em setembro do ano de 1978, Carlos Pereira de Lyra foi eleito pelo colégio eleitoral de Alagoas suplente do senador biônico na chapa encabeçada por Arnon de Melo, político filiado ao partido Arena (Aliança Renovadora Nacional).
Em 1979, Lyra fundou a Agroindustrial Marituba Ltda. E, com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979, e a reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS).
Em 1981, assumiu a vaga de Arnon de Melo, que se licenciou do Senado por questões de saúde. Com a morte do titular em setembro de 1983, foi efetivado no mandato. No Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Carlos Lyra votou no oposicionista Tancredo Neves, eleito novo presidente da República pela Aliança Democrática, união do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal que derrotou o candidato do regime militar, Paulo Maluf. Contudo, por motivo de doença, Tancredo Neves não chegou a ser empossado na presidência, pois faleceu em 21 de abril de 1985. Seu vice, José Sarney, que já vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março deste ano, assume. Ainda em 1985, Carlos Lyra saiu do PDS e filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL).
Durante o mandato, Lyra participou da reunião da Junta Diretora do Parlamento Latino-Americano em Buenos Aires (1985) e integrou a delegação brasileira à Assembléia Extraordinária do Parlamento Latino-Americano em Punta del Leste, Uruguai.
Em 1986, assumiu o controle acionário da Usina Cachoeira e fundou a Sociedade de Táxi Aéreo do Nordeste. Permaneceu no Senado até janeiro de 1987, ao fim da legislatura, e depois se distanciou da política.
Em 1991, assumiu o controle da Produtos Químicos e Fertilizantes e, em 1992, da Fábrica da Pedra, empresa do setor têxtil. Após três anos, fundou a Rádio Pioneira de Delmiro Gouveia (AM e FM) e a Agro-Industrial Volta Grande, empresa açucareira em Minas Gerais. Em 1995, fundou a holding do seu grupo empresarial, a Lagense S.A — Administração e Participação, com sede em Maceió.
Carlos Lyra foi conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, em Uberaba (MG), e – inclusive – tornou-se membro do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos e vice-presidente da Associação dos Criadores de Alagoas.
Carlos Lyra foi casado com Nancy Virginia Karns Lyra, com quem teve dois filhos: Robert Lyra e Elizabth Lyra, casada com Fernando Farias. Faleceu nas primeiras horas do dia 20 de agosto de 2017. Seu corpo foi velado em Maceió e cremado em Recife.
Importância para Alagoas
O engenheiro, empresário e político pernambucano Carlos de Lyra Neto teve imensa contribuição no crescimento e na modernização do parque industrial de Alagoas, em seus mais diversos setores, como o sucroenergético, o têxtil, o bioelétrico, o de transporte aéreo, de radiodifusão e também o da pecuária.
O empresário – ao longo de seus 92 anos de vida – foi responsável pela fundação de empresas célebres. Inclusive, o Grupo Carlos Lyra encontra-se presente em outros estados – São Paulo e Goiás – com cerca de 5.000 empregos na entressafra e 7.200 na safra.
Carlos Lyra relatava a pessoas próximas, quando já estava afastado da empresa, que a Fábrica da Pedra – fundada no começo do século XX pelo empreendedor Delmiro Augusto da Cruz Gouveia – que fora incorporada ao Grupo em 1992 era a ‘‘obra da vida dele.”
De certo, a importância de Carlos Lyra para o cenário econômico alagoano é atestada por quem faz a economia alagoana, alguns aqui citados, a fim de reforçar a figura empreendedora do industrial em nosso estado.
“Perdemos uma referência do setor sucroalcooleiro. O doutor Carlos Lyra era um empresário à frente do seu tempo, um industrial de sucesso, um grande empresário e o setor perde muito com o falecimento dele. Era uma referência no Nordeste, que deixou um legado muito grande para a atual geração e também para as próximas. O Grupo Carlos Lyra é um dos maiores do nordeste e o maior de Alagoas. Foi pioneiro em levar uma usina para fora de Alagoas. Um grupo que se expandiu para área de tecidos, com a Fábrica da Pedra e com outros investimentos na pecuária. Uma referência em vários setores. É um enorme legado de como se administrar uma empresa”. (Edgar Reis, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Açúcar de Alagoas)
“Alagoas sofre uma grande perda com o falecimento do empresário Carlos Lyra. No comando de suas empresas, Carlos Benigno Pereira de Lyra Neto foi um impulsionador do crescimento e modernização do parque industrial alagoano, não apenas no setor sucroenergético, mas também nos setores têxtil, de bioeletricidade, transporte aéreo, radiodifusão e pecuária, onde atuou com o mesmo entusiasmo e eficiência. Alagoas também é grata a Carlos Lyra por sua sensibilidade social. Nas empresas de seu grupo sempre estiveram presentes o compromisso com a erradicação do trabalho infantil e o investimento em escolas e serviços de saúde para os trabalhadores e suas famílias. A Fundação Abrinq certificou o grupo como Empresa Amiga da Criança. Ex-senador por Alagoas, Carlos Lyra defendeu o Estado com inteligência e espírito público. Por tudo isso e por seu exemplo, ele fará falta a todos nós.” (Renan Filho, governador de Alagoas)
REFERÊNCIAS
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/carlos-benigno-pereira-de-lyra-neto
https://www.usinacaete.com/historico/
http://www.canaonline.com.br/conteudo/morreu-carlos-lyra-fundador-e-presidente-do-grupo-alagoano-carlos-lyra.html
http://www.siamig.com.br/noticias/carlos-lyra-depoimentos-destacam-a-importancia-do-industrial
https://correionoticia.com.br/noticia/cidades/morre-empresario-carlos-lyra-usineiro-e-dono-da-fabrica-da-pedra-de-delmiro-gouveia/31/17708
https://www.usinacaete.com/2017/08/carlos-lyra-depoimentos-destacam-a-importancia-do-industrial-para-economia-e-empreendedorismo-alagoanos/